Pergunta de Leitor: Tadalafila pode ser usada só para melhorar o desempenho sexual?

Popular entre homens a partir dos 40 anos, uso da tadalafila cresce até entre quem não tem diagnóstico clínico. Especialistas alertam para riscos e contraindicações

A redação do ES FALA recebeu uma pergunta de um leitor de Colatina:
“Tenho 53 anos, não tenho problema de ereção, mas muitos amigos usam aquele comprimido famoso para ‘melhorar a performance’. É seguro tomar mesmo sem precisar?”

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A pergunta se refere à tadalafila, um dos medicamentos mais utilizados para tratar disfunção erétil — condição que afeta aproximadamente 50% dos homens acima dos 40 anos no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). No Espírito Santo, estima-se que mais de 390 mil homens nessa faixa etária possam apresentar algum grau da condição.

Apesar da popularidade crescente do medicamento — muitas vezes usado até por homens que não têm diagnóstico clínico — especialistas alertam que o uso indiscriminado pode trazer riscos à saúde.

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Como age a tadalafila?

Trata-se de um vasodilatador da classe dos inibidores da enzima fosfodiesterase-5 (PDE5). Seu mecanismo promove o relaxamento dos vasos sanguíneos, aumentando o fluxo de sangue — especialmente no pênis — o que facilita a ereção em quem tem dificuldade para mantê-la.

Além disso, a tadalafila tem efeito prolongado, podendo durar até 36 horas, diferentemente da sildenafila (Viagra), que tem duração média de 4 horas.

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O medicamento também pode ser indicado para o tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB) — problema comum entre homens mais velhos, caracterizado pelo aumento da próstata e dificuldades urinárias — e, em alguns casos, para hipertensão arterial pulmonar.

Apesar de ser um medicamento aprovado e eficaz quando usado corretamente, não deve ser utilizado sem prescrição médica. Médicos alertam que:

  • Homens sem disfunção erétil ou sintomas de HPB não devem usar a tadalafila apenas por impulso ou vaidade sexual.
  • O medicamento é contraindicado para quem usa remédios com nitrato (muito comuns em tratamentos cardíacos), pois pode causar queda grave de pressão.
  • Também não deve ser usado por quem tem doenças cardíacas sem avaliação médica prévia.

Entre os efeitos colaterais mais comuns, estão dor de cabeça, congestão nasal, rubor facial, má digestão e dores musculares, especialmente na região lombar.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu recentemente a comercialização de “balas” com tadalafila por serem produtos sem registro e sem autorização para fabricação. O uso e propaganda desses itens por influenciadores digitais também estão vetados e podem gerar multas e responsabilizações legais.

A Anvisa reforça que a tadalafila é de uso controlado, exige receita médica e só pode ser vendida em farmácias e drogarias devidamente autorizadas.

Conclusão

A recomendação dos especialistas é clara: não use tadalafila sem necessidade clínica e sem orientação médica. O medicamento pode ser útil e eficaz, mas, como qualquer substância ativa, apresenta riscos quando mal utilizado. O ideal é buscar avaliação médica, especialmente se houver sintomas relacionados à função erétil, urinária ou cardiovascular.

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